quinta-feira, 4 de abril de 2024

Absorto

Já acordei, limpei a casa, estudei, fiz terapia, malhei, fiz um café, tomei o café, bebi água, fiz yoga, li um livro, tomei mais um café, escrevi, bebi água, trabalhei, fui cortar o cabelo, me senti linda, almocei, fiz compras, vi série, me senti sozinha, trabalhei, lavei roupa, preenchi planilha, tomei um café, malhei, jantei, fiquei rolando o tiktok, me senti sobrecarregada, bebi água, arrumei a casa, escrevi, fiz terapia, vi filme, me senti encorajada, dormi, liguei o ventilador, acordei, coloquei comida pro cachorro, me senti cansada, fiz café, tomei o café, fiz yoga, li um livro, bebi água, fiz skincare, tomei café, trabalhei, almocei, ouvi podcast, me senti triste, guardei, preenchi planilha, paguei conta, fiz lista de tarefas, lavei roupa, cortei itens da lista de tarefas, bebi água, jantei, dormi, acordei, me senti estressada, limpei a casa, fiz yoga, estudei, fiz terapia, troquei a água do cachorro, vi série

e você nem viu. 



segunda-feira, 1 de abril de 2024

E vamos de BEDA

Era 1º de abril em algum lugar dos anos 2000 quando começava o frenesi com o início do maior evento da blogosfera: o BEDA (blog every day april). Chegava abril e a correria de postar todo santo dia. E haja assunto pra tanto post. Eu a-ma-va. Não participei de muitos, porque sempre achava que não ia dar conta, mas adorava toda aquela loucura, era a corrida blogueira, uma maratona virtual. 

Achei que o BEDA tinha morrido, afinal, o formato de post diário deve ficar inviável pra essa galera dos anos 2000. A fase dos estudos&trabalho&boletos chegou, as responsas aumentaram, não dá pra ficar blogando todo dia (infelizmente). O que antes já era difícil, agora é impossível.

Eis que esses dias, visitando os blogs que sigo, parei no post do PorceLana, em que a Lana sugere uma nova proposta para o BEDA, com direito a página dedicada ao projeto, recomendações de plano de postagem e banner (ai, que gracinha ♥). A ideia é que as postagens em abril sejam semanais. Um por semana, preferencialmente sobre algum tema menos falado no blog, justamente para que seja investido tempo em assuntos que deixamos em segundo plano. O momento perfeito para desenterrar os rascunhos.

Como me sobra tempo (- disse Anna, com uma mudança de casa agendada para daqui a 15 dias), resolvi me aventurar nesse BEDA. Seria muito ousado da minha parte afirmar que vou falar sobre minhas leituras aqui, mas é uma vontade. Se vou conseguir, não sei. O tempo (ou a falta dele) dirá rs.

Quem vamos juntos?

(me avisa pra eu visitar ♥)



terça-feira, 26 de março de 2024

Pelo direito de descansar

Tá virando um manifesto esse blog. Depois de "Pelo direito de reclamar", veio aí "Pelo direito de descansar".

Estou eu, agora, em pleno horário comercial, sentada no sofá escrevendo esse post. De atestado, porque o covid resolveu me pegar em pleno 2024. E cá estou eu me culpando, porque o atestado diz "repouso", mas eu não sei o que é isso já faz um tempo. Os três primeiros dias foram os piores, no final de semana consegui descansar, mas na segunda o sentimento de eu deveria estar fazendo alguma coisa veio com tudo. 

Não é meio complicado isso de estar em casa sendo paga para não fazer absolutamente nada? Não dá a sensação de estar fazendo algo de errado? Queria muito aproveitar esses dias para agilizar algo da mudança - que está planejada para meados de abril - mas não consigo fazer muita coisa. Eu faço uma coisinha e paro pra descansar. Hoje falei pra psicóloga que quando eu deito, a sensação é de como se eu tivesse passado o dia inteiro trabalhando na rua, como se eu tivesse feito muita coisa. E na verdade meu corpo tá trabalhando à beça, né? Ô virusinho sacana esse. 

A questão é que a mente não relaxa. Estou aqui pensando em todas as tarefas que eu deveria estar fazendo, ao mesmo tempo em que tento me conscientizar de que não estou parada por preguiça, mas por questões de sáude.

Como que faz pra parar de se cobrar? Onde a gente aperta pra desligar? 

Acabei de trocar o café que tinha requentado por um chá de limão com gengibre e própolis, porque estou sentindo minha garganta arranhar, assim como senti no início, e estou com medo de ter uma recaída. O segundo episódio de Doces Magnólias tá pausado na tevê enquanto eu mexo o chá esperando ele esfriar um pouco e eu me permitir voltar a sossegar. Sábado tenho compromisso na minha mãe, uma lista de tarefas da mudança pra dar check e um trabalho pra voltar na segunda. Vou tentar descansar enquanto posso, mas se tiver alguma dica de como relaxar, estou aceitando :)

quinta-feira, 14 de março de 2024

Na última terapia...

...eu levei um fecho absurdo e minha mente está rodando 3 dias sem parar. 

Foi uma consulta de muito choro. Sensível, não só pela TPM mas pelo cansaço da vida também, me vi muito desestabilizada. Em um dos assuntos, eu comentei que tinha feito terapia há um tempo e descoberto o fato de que muitas vezes eu não sabia o que estava sentindo. Estava dizendo a ela que muitas vezes eu rumino as situações e só consigo descobrir o que me incomodou depois de um certo tempo. Vi que ela anotou alguma coisa em um papel e morri de curiosidade? Sim, mas segui o baile.

Já no final da sessão, algo me levou a falar que eu sentia que estava reclamando muito, como eu já havia dito aqui nesse post. Disse a ela que eu não uma pessoa de reclamar muito, e que eu conseguia enxergar tudo o que eu tenho e todas as coisas boas que aconteceram e acontecem comigo. Disse que tento não ser muito reclamona, porque é chato haha.

Então ela me perguntou: você consegue ver uma relação entre não saber o que está sentindo e reclamar? Daí eu pensei. Olhei pra minha cara na câmera - uma humilhação se ver chorando, né não -, pensei mais um pouco e disse que não conseguia. Devolvi a pergunta pra ela. 

Segundo ela, reclamar é clamar de novo, é clamar duas vezes. Daí virou quase um bate bola jogo rápido de programa de televisão, que eu vou tentar relembrar e transcrever, mas é muito difícil pois na hora foi muito intenso:

- E quando você reclama, você sabe o que tá sentindo?

- Sei.

- E o que acontece quando a gente reclama?

- As pessoas se afastam.

- E como você fica?

- Sem as pessoas.

- Então você não sabe o que tá sentindo?

- Às vezes realmente não sei, mas às vezes sei e não quero falar?

- Talvez, em algum momento, você tenha falado abertamente o que estava sentindo e alguém se afastou. Insconscientemente, claro, essa foi a forma como o seu corpo aprendeu a se comportar.

- ... (choro & choro)

- Vou deixar você com essa reflexão. Nos vemos semana que vem?

Repare bem que ela falou que essa foi a forma como o meu corpo aprendeu a lidar com o afastamento. E essa é uma das partes que eu lembro bem, porque a palavra corpo foi muito marcante pra mim. Não foi minha mente, meu subconsciente, foi meu corpo. Foi o meu físico reagindo ao estresse da reação de outra pessoa.

Depois que eu saí e me recuperei do baque fiquei refletindo sobre quem poderia ter sido. Mas eu desisti. Não quero ficar procurando culpados. Se um dia acontecer de alguma situação voltar à minha mente, tudo bem. Acho que de nada vai adiantar saber especificamente quem foi, mas sim o que eu vou fazer com isso a partir de agora.

Por enquanto, sigo lutando pelo meu direito não só de reclamar, mas de manifestar os meus sentimentos, sejam eles agradáveis ou desagradádeis. 

segunda-feira, 4 de março de 2024

Pelo direito de reclamar

Eu não sou uma pessoa de reclamar muito. No geral, tento escolher as minhas batalhas e não sofrer por muita coisa, principalmente pelo que não está no meu controle. Mas deixando um pouco esse discurso coach de lado, às vezes eu me pego reclamando sim. Consigo ver as coisas boas que acontecem comigo e tudo o que tenho. Mas não deixo de pensar que tenho essas coisas porque planto pra caramba, né? Se tem uma coisa que eu faço é plantar. Estudo, trabalho, dificilmente fico parada, estou sempre buscando fazer alguma coisa pra me aperfeiçoar profissional e pessoalmente. Então quando coisas boas acontecem, penso que aconteceram porque eu plantei. Porque quando a oportunidade surgiu eu estava preparada. Não disse pronta, porque acho que nunca estarei, mas preparada para assumir a responsabilidade e aprender coisas novas com ela. Fazendeira que sou, acho que colho porque planto.

Então tudo o que aconteceu, na  minha cabeça, foi fruto sim do meu esforço. Consigo reconhecer as coisas boas mas, ao reclamar, sempre vem alguém dizendo pra eu olhar o que tenho. EU SEI, EU VEJO, mas será que eu não posso reclamar nem um pouquinho daquilo que eu não tenho ainda e acho que deveria ter? 

Todo mundo pode reclamar. Todo mundo pode ter seus 5 minutos de chatice. Menos eu. E é aqui que entra a metalinguagem no meu texto. Estou reclamando sobre o meu direito de reclamar. 

Deixa eu ficar frustrada, deixa eu ficar apática, deixa eu me isolar um pouquinho. Deixa eu largar um compromisso que fiz, que hoje talvez não façam mais sentido. Deixa eu ser ambiciosa, estressada, chata. Deixa eu desistir, deixa eu descansar meu cansaço.

Deixa. Depois eu volto. Depois eu me refaço. Depois eu levanto a poeira, dou mil espirros e a volta por cima. Depois eu recomeço. 

Agora não.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Tudo de novo, mais uma vez

 Ao mesmo tempo, nada novo sob o sol. 

Tive inúmeros blogs desde que eles surgiram e esse é mais um. No meu último, tranquei pois fui encontrada. Conhecidos começaram a ver minhas publicações e daí pra frente, foi só pra trás. Perdi completamente a vontade de escrever e compartilhar minha vida. 

Quando isso aconteceu, meu blog deixou de ser meu refúgio e virou canal de fofoca. Não que eu ache que a minha vida seja tão importante assim, mas me senti desconfortável em saber que pessoas estavam me observando 👀 Pra mim, fugiu da proposta. 

Então renasci como uma fênix e realmente espero não ser encontrada e apenas compatilhar minha nada mole vida com pessoas completamente desconhecidas. Vocês sempre serão bem-vindas! 

Quem sabe aos poucos vou resgatando os posts do meu antigo blog pra fazer daqui meu novo lar. ♥️ Enquanto isso, sigo em mais uma tentativa de permanecer como uma forasteira nesse mundo blogueiro.

© s t e l l a r
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