...eu levei um fecho absurdo e minha mente está rodando 3 dias sem parar.
Foi uma consulta de muito choro. Sensível, não só pela TPM mas pelo cansaço da vida também, me vi muito desestabilizada. Em um dos assuntos, eu comentei que tinha feito terapia há um tempo e descoberto o fato de que muitas vezes eu não sabia o que estava sentindo. Estava dizendo a ela que muitas vezes eu rumino as situações e só consigo descobrir o que me incomodou depois de um certo tempo. Vi que ela anotou alguma coisa em um papel e morri de curiosidade? Sim, mas segui o baile.
Já no final da sessão, algo me levou a falar que eu sentia que estava reclamando muito, como eu já havia dito aqui nesse post. Disse a ela que eu não uma pessoa de reclamar muito, e que eu conseguia enxergar tudo o que eu tenho e todas as coisas boas que aconteceram e acontecem comigo. Disse que tento não ser muito reclamona, porque é chato haha.
Então ela me perguntou: você consegue ver uma relação entre não saber o que está sentindo e reclamar? Daí eu pensei. Olhei pra minha cara na câmera - uma humilhação se ver chorando, né não -, pensei mais um pouco e disse que não conseguia. Devolvi a pergunta pra ela.
Segundo ela, reclamar é clamar de novo, é clamar duas vezes. Daí virou quase um bate bola jogo rápido de programa de televisão, que eu vou tentar relembrar e transcrever, mas é muito difícil pois na hora foi muito intenso:
- E quando você reclama, você sabe o que tá sentindo?
- Sei.
- E o que acontece quando a gente reclama?
- As pessoas se afastam.
- E como você fica?
- Sem as pessoas.
- Então você não sabe o que tá sentindo?
- Às vezes realmente não sei, mas às vezes sei e não quero falar?
- Talvez, em algum momento, você tenha falado abertamente o que estava sentindo e alguém se afastou. Insconscientemente, claro, essa foi a forma como o seu corpo aprendeu a se comportar.
- ... (choro & choro)
- Vou deixar você com essa reflexão. Nos vemos semana que vem?
Repare bem que ela falou que essa foi a forma como o meu corpo aprendeu a lidar com o afastamento. E essa é uma das partes que eu lembro bem, porque a palavra corpo foi muito marcante pra mim. Não foi minha mente, meu subconsciente, foi meu corpo. Foi o meu físico reagindo ao estresse da reação de outra pessoa.
Depois que eu saí e me recuperei do baque fiquei refletindo sobre quem poderia ter sido. Mas eu desisti. Não quero ficar procurando culpados. Se um dia acontecer de alguma situação voltar à minha mente, tudo bem. Acho que de nada vai adiantar saber especificamente quem foi, mas sim o que eu vou fazer com isso a partir de agora.
Por enquanto, sigo lutando pelo meu direito não só de reclamar, mas de manifestar os meus sentimentos, sejam eles agradáveis ou desagradádeis.